Ações Permanentes do Núcleo Abantesma
Somos um coletivo de jovens artistas e pesquisadores formado no Vale do Paraíba Paulista, atuamos na pesquisa e desenvolvimento de projetos artísticos e culturais que abordem as relações entre o medo e o colonialismo. Nós atuamos na pesquisa e desenvolvimento de projetos culturais que abordam as relações entre o medo e o colonialismo e nossos trabalhos buscam evidenciar corpos dissidentes. Nossa principal linha de pesquisa gira entorno dos Pânicos Coletivos, uma revisão conceitual proposta pelo próprio núcleo para analisar fenômenos clássicos de Pânico Moral. Nossa revisão conceitual busca analisar especificamente como as manifestações de Pânico Moral reforçam a violência contra populações minoritárias ou historicamente hostilizadas, como membros da comunidade queer, pessoas racializadas, mulheres, pessoas com deficiência, migrantes, imigrantes, neurodivergentes, entre outros.
Com um núcleo artístico formado majoritariamente por pessoas racializadas e inteiramente por membros da comunidade queer, nós nos organizamos a partir de perspectivas e cosmologias anticoloniais, bebendo muito das tradições orais e das filosofias urbanas, assim como da produção acadêmica decolonial. Entre nossos interesses estão a pesquisa, produção e fruição de bens culturais nas linguagens artísticas do Teatro, Performance, Fotografia, Literatura, Artes Visuais, Música, Audiovisual e Artes Urbanas. Outros dos nossos interesses envolvem a publicação de Artigos Científicos e conteúdos para Mídias Digitais.
O coletivo mantêm um servidor online que hospeda o Ambiente Virtual do Núcleo Abantesma, onde nossas exposições digitias, cursos online, produções audiovisuais e materiais de acessibilidade são disponibilizados gratuitamente de maneira contínua desde 2020. Nós tambem mantemos um espaço independente, a Casa Coletiva do Núcleo Abantesma, uma casa que serve como hospedagem solidaria, ateliê colaborativo, estúdio audiovisual e espaço expográfico para outras artistas e coletivos.
Anualmente nós realizamos o Bacanal do Abantesma, o evento habita o imaginário local por algumas de suas características fundamentais, que garantem a ele uma personalidade e identidade muito própria em relação as demais mostras e eventos realizados na cidade: o evento é sempre realizado durante o Mês Internacional do Orgulho Queer e celebra alguma manifestaçãocultural marginalizada, como a Cultura Marginal Brasileira na primeira edição ou a Cultura Hip Hop na segunda.
Outra característica digna de destaque é que este é um evento protagonizado por pessoas queer e racializadas, grande parte dessas pertencendo a ambas as comunidades e, por fim, é um evento totalmente gratuito, inclusive no que diz respeito aos nossos cardápios de degustação que celebram as culturas alimentares do interior paulista e já são uma marca registrada do nosso Bacanal.
A ideia de oferecer “comida de verdade” para todes é um dos pontos centrais do aqueerlombamentodefendido pelo Núcleo Abantesma, pois ninguém pode festejar de barriga vazia! Na primeira edição oferecemos um cardápio de comidas árabes elaborado pela cozinheira K8 Valença e na segunda edição, em uma parceria com o Quilombo Abayomi, foi ofertado um rodízio liberado de Caldinhos.
Na primeira edição do Bacanal do Abantesma o coletivo estava lançando sua primeira exposição coletiva intitulada Cultos Marginais esse acabou se tornando o mote geral do evento que teve como tema central a CulturaMarginal Brasileira e contou com rodas de conversa, apresentações poéticas, apresentações musicais e microfone aberto, tomando espontaneamente a forma de um Sarau Literário que prestou homenagem a figuras como Madame Satã e Carolina Maria de Jesus.
A segunda edição do evento celebrava o lançamento do primeiro livro do coletivo Queer na Raça: narrativas para transgredir, nesta edição resolvemos ampliar a festa para uma mostra artística que reuniu diversos coletivos da cidade buscando promover ao menos nove horas de programação interruptiva e gratuita.
A segunda edição então ocorreu contando com uma roda de conversa com os artistas realizadores do livro, leituras dramáticas autorais de artistas queer, espetáculos musicais afrofuturistas, uma feira de artes visuais produzidas por mulheres racializadas e uma ocupação feminina em celebração aos cinquenta anos de Cultura Hip-Hop que reuniu quatro shows de rap e três Djs da cena local.
Formação Continuada
No projeto Cultos Marginais, nós disponibilizamos gratuitamente o minicurso o Anti-Herói na Cultura Marginal como uma introdução teórca para a Cultura Marginal Brasileira que está correlacionada a nossa pesquisa em Pânicos Coletivos, este curso aina pode ser acessado gratuítamente na área de EAD do nosso site. Tanto as obras quanto o curso dialogam com diversas referências, apontando que livros, albuns, filmes, ou produções visuais em geral nos impulsionarem em direção as experimentações artisticas que viriam a se tornar essa exposição.
No projeto M.E.D.O.S promovemos dois cursos de acessibilidade cultural no Estúdio Acorde por meio da contratação de empresa especializada em acessibilidade cultural que com seus excelentes profissionais disponibilizaram diversos saberes a respeito de como tornar os materiais artísticos mais acessíveis mantendo a identidade dos mesmos. Os eventos de formação contaram com a presença da diversoscoutros artistas e coletivos interessados em formação e aprimoramento sobre acessibilidade cultural, com ênfase na audiodescrição.
Nós tambem realizamos cursos de performance gratuítos em nossa sede e em outros espaços culturais parceiros. Como exemplo vou citar o curso O Corpo Queer: do Pânico Moral as novas poéticas, performances e vivencias, realizado no Casa da Cultura de Lorena, o curso Quem tem Medo da Rua? que teve duas edições realizadas na Casa Coletiva do Núcleo Abantesma e a oficina CorpoAlgoritmo: corpos insubmissos e as novas violências de sempre, realizada durante o 2° Amoreiras – Festival de Teatro LGBTQIAPN+ do Vale do Paraíba.
Projetos Culturais
Nosso núcleo artístico não possuí mantenedores ou qualquer vínculo acadêmico para financiamento das nossas pesquisas, dessa forma nós somos responsáveis por arcar com o custo integral da nossa produção intelectual. Para nossas produções artísticas e culturais buscamos acessar os recursos de editais públicos ou privados sempre que possível, sendo está uma das poucas formas de viabilizar uma produção remunerada.
Nesta dura disputa por editais nós conseguimos aprovar o projeto Cultos Marginais em 1º lugar no Edital de Criação e Temporada de Artes Visuais promovido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo por meio do Fundo Municipal de Cultura de São José dos Campos no ano de 2022. Em 2023 nós aprovamos o projeto Queer na Raça: Narrativas para Transgredir em 10º lugar no edital de Cidadania Cultural: Cultura LGBTQIA+ promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo via Programa de Ação Cultural (ProAC) e ainda em 2023, graças a Lei Paulo Gustavo, conseguimos aprovar o projeto M.E.D.O.S – A Conjuração dos Quatro Cavaleiros no edital de produção audiovisual da Fundação Cultural Cassiano Ricardo. Em 2025 conseguimos a aprovação do projeto CorpoAlgoritmo no CULTSP/PNAB.
Imersão Transmídia: exposição digital de fotografias, vídeos, aquarelas, esculturas e colagens